quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Convite da Exposição Cartas de Brasília

Mais de um ano após termos iniciado a pesquisa sobre a correspondência trocada entre os pioneiros da Capital da República, temos a alegria de convidar para a Exposição Cartas de Brasília, de 10 de outubro a 19 de dezembro, no Museu Vivo da Memória Candanga. A exposição conta a história de Brasília por meio das cartas trocadas entre os pioneiros.

Na véspera, sábado, dia nove, faremos uma confraternização às 10 horas, no mesmo local. Os amigos desse espaço aqui no blog estão todos convidados para festejar conosco esse importante momento. As crianças são nossas convidadas especiais, haverá uma brinquedoteca no museu.


Esperamos encontrar com você lá!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Faltam 13 dias para a exposição

A equipe de concepção e de produção está em contagem regressiva para a exposição Cartas de Brasília no Museu Vivo da Memória Candanga. A abertura ao público é no dia 10 de outubro. Cartas, fotos e objetos estarão disponíveis para visitação até o dia 19 de dezembro. Um dia antes, nove, às 10h, será a solenidade de abertura da mostra, com a presença dos apoiadores e pioneiros.


Estamos finalizando o catálogo da exposição, com as entrevistas publicadas aqui no blog, cartas e fotos, além do convite e outras peças de divulgação. O catálogo cumprirá também o papel de livro, uma bela peça com a marca de Daiana e Isabella (direita), na foto com as curadoras do projeto, Márcia e Tânia (esquerda).

sábado, 18 de setembro de 2010

Mulheres Pioneiras de Brasília


A querida amiga Adriana Leineker telefona perguntando se já consta do acervo do blog o livro "Mulheres Pioneiras de Brasília", de Elvira Barney. Não, ainda não temos, respondo. Então ela nos deu um de presente. A relíquia fazia companhia a apenas mais um exemplar em uma banca de revistas do Plano Piloto.

O livro, editado pela Thesaurus em 2001, 276 páginas, conta a história de "jovens recém-casadas que deixaram o conforto de suas famílias, de suas cidades, e vieram à procura de um ideal de vida, quase sempre acompanhando os maridos". Ao mesmo tempo em que revela a vida dessas mulheres pioneiras, o livro narra os bastidores da construção de Brasília em episódios que envolvem JK, Israel Pinheiro, Sayão e muitos tros empreendedores daquela época. Só não sei informar o preço. Adriana não revelou quanto custou o presente.

A autora, Elvira Barney, nasceu em 1939 na mineira Uberaba. Aos onze anos foi com a família para a capital, no Rio de Janeiro. Decoradora e bailarina, casou com o arquiteto colombiano Cézar Barney, no Rio, e mudou para Brasília em maio de 1961.

Outro livro interessante no acervo do blog é "Palavras, Sentimento e Paz", terceira antologia da Academia Planaltinense de Letras. Esse foi um presente da engenheira Veridiana Silva, que ocupa a cadeira número 30 da Academia. Nascida em área próxima à Planaltina, ela, que também é uma pioneira e foi entrevistada pelo blog, escreve sobre a cidade.

"Amanhã será outro dia" é mais um livro no acerto do Cartas de Brasília. Foi dado por Irene Carvalho, a D. Irene da Comunhão Espírita. De acordo com o prefacio, "o romance é obra do espírito Franco Leal, psicografado pela médium Irene Carvalho".

Temos ainda a edição produzida pela Terracap, "Brasília 1960/2010- Passado, Presente e Futuro", com farta
ilustração. O livro conta a história das terras públicas de Brasília. Em posts anteriores comentamos sobre outros livros, a maioria a respeito da construção de Brasília, presenteados ao blog ao longo do ano.

domingo, 12 de setembro de 2010

Museu da Memória Candanga

A exposição Cartas de Brasília será aberta ao público no dia 9 de outubro no Museu da Memória Candanga. O acervo de cartas, fotos, documentos e objetos poderá ser visitado até o dia 19 de dezembro. Para quem não conhece o local, aqui está o mapa. É fácil: para quem está no Plano Piloto é só seguir pela saída Sul, passando em frente ao Parkshoping e prosseguir no sentido Núcleo Bandeirante. Na direita da pista fica o museu.

sábado, 11 de setembro de 2010

Um professor pioneiro no Planalto Central

Spezia quase foi ordenado padre, mas se apaixonou por jovem goiana e deu novo rumo a sua vida.

O professor Delfino Domingos Spezia foi um pioneiro em Goiás e no Distrito Federal. Ele iniciou a carreira de educador no Ginásio Arquidiocesano do Planalto, em Formosa (GO), em 1946. Depois, foi professor e diretor do Colégio de Planaltina (DF), de 1960 a 1966; diretor do Colégio de Sobradinho (DF), de 1966/1967; professor e assistente de direção no Centro de Ensino Médio Elefante Branco, 1967/1969; professor no Colégio do Plano Piloto, em 1969, e  primeiro diretor do Centro Educacional da Asa Norte, CAN, de 1970 a 1980. Quem conta esta história para o blog é a filha primogênita, Maria Izabel Persijn, artista plástica, porque o pai sofreu um AVC e tem um pouco de dificuldade para falar.

O professor Spezia encerrou suas atividades como membro do Conselho Federal de Educação, em 1993. Ele é do quadro da Associação Nacional dos Escritores, ANE, e faz parte do Clube dos Pioneiros de Brasília. Tem dois livros de poemas publicados: Folhas de Outono (2001), com ilustrações da filha Maria Izabel, e Pescador Solitário (2010), com gravuras da filha Karine e fotos da neta Aline. Este último foi lançado no início de setembro, em concorrido evento na ANE.

Natural de Santa Catarina, Spezia nasceu em dezembro de 1923 na cidade de Luiz Alves, filho dos agricultores Bonifácio e Maria Balsanelli. Sem vocação para os trabalhos rurais e sim para a literatura, o menino Delfino Domingos foi enviado para um seminário, única oportunidade de ter acesso a uma educação clássica, primeiro em Lavrinhas e depois Pindamonhangaba, duas cidades do interior paulista.

Mas, na sua grande primeira missão em Formosa, ainda como seminarista, apaixonou-se pela jovem Maria Mirtes de Macedo e desistiu da ordenação como padre. Casaram e tiveram cinco filhos: Maria Izabel, Telma, Domingos Sávio, Carlos Humberto e Karine. Hoje o casal de pioneiros tem 12 netos e duas bisnetas. Na foto abaixo, a filha Maria Izabel exibe orgulhosa os livros do pai.

Spezia recebeu as seguintes condecorações:

- Título de Cidadão Formosense – da Prefeitura Municipal de Formosa, GO – 1960;
- Diploma de Benfeitor do Santuário Nacional de Fátima – Brasília – 1978;
- Medalha Mérito do Buriti – concedida pelo Governo do Distrito Federal – 1981;
- Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres – Ministério da Educação da França – 1983;
-Diploma e Medalha de Honra ao Mérito, do Clube dos Pioneiros de Brasília – 1995;
- Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho – Cavaleiro – 1997.

Poema de Spezia, livro Folhas de Outono:

Em tudo aquilo que faço
Há sempre um sinal, um traço
do que fui, do que ficou.
Em cada gesto o cansaço,
o moroso e incerto passo
de quem muito caminhou.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Cartas dos namorados Fernando e Ondina

E a história do Coronel Antônio Barbosa de Paula Serra e Maria Auxiliadora Bezerra Serra

Contamos aqui hoje uma linda história de amor registrada em cartas.
Nos anos 30, o mineiro Fernando Sebastião Pereira de Faria era estudante de Direito na UFRJ. Em Muzambinho (MG), ficou a namorada Maria Ondina de Magalhães Cabral. Inúmeras cartas e telegramas nutriram o amor do casal até que o casamento fosse realizado em janeiro de 1939. Foram cinco anos de farta troca de correspondência. Quem nos ajuda no resgate desta história é a neta do casal, a jornalista Marília Serra, com quem o blog conversou.

Em carta endereçada ao tio Mário Faria, o recém-formado Fernando pede que ele o represente no pedido de casamento à família da noiva Maria Ondina. O que foi feito. Em outra carta, a noiva reafirma seu compromisso e garante que seguirá o noivo para qualquer lugar que ele escolher.

E foi assim que chegaram a Brasília em 1960, com Fernando representando a Companhia Vale do São Francisco. Mas ele voltou sua atenção para o Planalto Central um pouco antes, em 56, como avaliador da Comissão Demarcatória do Distrito Federal. Fernando faleceu em 2001, aos 89 anos, e sua esposa recentemente, dia 1° de setembro, aos 93 anos de idade.

Marília lembra que o avô ficou conhecido como “Pai do Cinema de Brasília”. Nos anos 60, Fernando projetava filmes na empena do prédio em que morava, na quadra 108 Sul. Eram películas sobre a construção da cidade e também alguns documentários que conseguia nas embaixadas. Ele também ganhou outro título: “Rei do Presépio”, por armar na sala do apartamento grandes presépios natalinos. “Tinha até laguinho com água de verdade”, recorda Marília.

Avô militar

O pai de Marília, arquiteto Trajano, filho do casal Fernando e Maria Ondina, casou com Vânia, advogada, filha do Coronel Antônio Barbosa de Paula Serra e Maria Auxiliadora Bezerra Serra. Antônio, natural do Ceará, conheceu a futura esposa quando ela estava com 15 anos, em Natal (RN). O casamento aconteceu quando ela completou 16, em janeiro de 1945. Além de Vânia, tiveram a filha Laís. Em julho de 1960 a família chegou à Brasília.

O pai de Marília, arquiteto Trajano, filho do casal Fernando e Maria Ondina, casou com Vania, advogada, filha do Coronel Antônio Barbosa de Paula Serra e de Maria Auxiliadora Bezerra Serra. Antônio Serra, natural do Ceará, conheceu a futura esposa quando ela estava com 15 anos, em Natal (RN). O casamento aconteceu quando ela completou 16, em janeiro de 1945. Além de Vania, tiveram a filha Lais. Em julho de 1960, a família chegou a Brasília. Abaixo, Marília, a avó Maria Auxiliadora e a tia Laís; sobre o piano as fotos de Maria Auxiliadora e Antônio na juventude.


A esposa Maria Auxiliadora recorda que o primeiro apartamento da família ficava na quadra 106 Sul, depois mudou para o Lago Sul. Foi nessa época que aconteceu “a revolução de 64” e o Coronel quase foi preso por apoiar um movimento contra o fechamento do Congresso. O Coronel exerceu vários cargos em Brasília, entre os quais o de chefe do Departamento Federal de Segurança Pública (Polícia Federal). O Coronel Serra faleceu em 2000, aos 83 anos. O diário de sua carreira militar, chamado “Anotações”, registra toda a sua vida no Exército.