Foi com muito orgulho que Laudelino, 72 anos, recordou sua história em Brasília numa tarde chuvosa de sábado, em casa, no Park Way, ao lado da esposa Jurêdes, que também foi funcionária da Novacap. Ele chegou em Brasília em março de 1958, com um tio, vindo de Uberaba (MG). Ela um pouco depois, em 59, com a família, vinda do Rio de Janeiro. No dia oito de abril de 1961 estariam casados. A cerimônia religiosa foi realizada na Igrejinha da 108 Sul.
Quando decidiam casar, o pai de Jurêdes estava no Rio. Laudelino na teve dúvida, enviou um carta ao futuro sogro, João Figueira Neto, pedindo a mão de sua filha em casamento. Em pouco tempo chegava a carta com a resposta do sogro: sim, ele abençoava a união.
Laudelino e Jurêdes tiveram quatro filhas: Maria Cristina, Ana Lúcia, Miriam Noêmia e Rosa Maria. O casal morava com as quatro meninas em um apartamento de um quarto na 408 Sul, depois a família mudou para a 312 Norte, 711 Norte e, por fim, para o Park Way.
Numa agradável conversa na varanda, Laudelino recorda dos tempos em colhia cajuzinho do cerrado nos campos do final da Asa Sul, mas tem também uma lembrança amarga, a malária que contraiu logo que chegou em Brasília. “Provavelmente peguei malária em uma fazenda, onde fiquei uns dias antes de seguir para Brasília”. Os médicos não souberam diagnosticar a origem do febrão e ele foi para Uberaba, lá teve o diagnóstico.
A oposição ao governo do presidente Juscelino Kubistchek logo transformou a malária de Laudelino em propaganda negativa para a nova capital. “A UDN fez tanto barulho que o presidente JK mandou um avião, com médicos, me buscar em Uberaba, mas não precisou, eu voltei depois, totalmente recuperado”.
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