Nos idos de 1959, fiz um parto no acampamento do antigo IAPB, que se encontrava em construção, na quadra 109, em Brasília.
Fiz um parto não espelha a verdade, pois quando cheguei, a délivrance já havia se concretizado e eu me limitei a amarrar o cordão umbilical.
Pois bem. Dias depois resolvi voltar à casa da jovem mãe para saber se tudo corria bem. Fui muito bem recebido e, para minha satisfação, mãe e filho estavam ótimos.
Apressado, como sempre vivia, ao me despedir, a minha cliente me disse prazerosamente:
- Doutor, agora o senhor vai tomar o mijo da criança.
Ai meu Deus, tomar mijo nunca foi o meu forte e quanto mais naquelas condições precárias de higiene.
Eu recusei com veemência, alegando ter de atender outros pacientes, não tendo tempo a perder.
Me despedi por acenos e, ao passar pela sala, escutei a voz da progenitora daquele rebento mijão que dizia:
- Maria, dê o mijo da criança aí pro doutor.
Maria, nos seus verdejantes 14 anos, interceptou os meus passos e perguntou:
- Doutor, o que o senhor vai querer: temos Martini, Traçado e Rabo de Galo.
Eu, para me manter na linha hipocrática, respondi;
- Minha filha, já expliquei a sua mãe que estou em serviço e não posso beber.
Dica do blog: a expressão “beber o mijo da criança”, na região Nordeste, significa celebrar o nascimento do bebê. E isso é feito com bebida alcoólica.
na região norte tbm!
ResponderExcluirEm nossa Região chamamos a bebida de xarope de mulher parida. Faz de um chá com açúcar e plantas cheirosas. Hortelã miúdo. Girana. Poejo. Gengibre. Losna. Depois de frio. Põe se cachaça dentro. Coloque numa licoseira e sirva as visitas em pequenas taças
ResponderExcluirkkkkki..essa expressão é muito engraçada!! 😄😄
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