No primeiro fim-de-semana de folga com o irmão, Simon saiu para beber Cubas Libres. Descobriu que o salário que recebia do tio por um mês de trabalho equivalia ao consumo de 5 Cubas, ou seja: um mil Cruzeiros.
“Eu não atravessei o oceano para receber um salário de 5 Cubas Libres”, disse a Benjamin e imediatamente decidiu que voltaria para a Bélgica, o pai gostando ou não.
Foi aí que conheceu um romeno que falava francês, vendia de tudo um pouco, e o convenceu a ir para Brasília. Uma cidade desconhecida e em construção. Simon veio de avião e com a ajuda de um professor de línguas do Colégio La Salle conseguiu se fazer entender e ficou hospedado no Hotel D. Pedro II, na então Cidade Livre, hoje Núcleo Bandeirante.
Em duas semanas vendeu tudo o que trouxe, com a ajuda de mímica e etiquetas com preços. Faturou 25 mil Cruzeiros. Voltou ao Rio para buscar mais mercadorias com o romeno. Em pouco tempo teria uma loja no número 945 da Avenida Central do Núcleo Bandeirante. Depois comprou um armazém, inaugurou a Loja Central e mais tarde o Lido Magazine.
A loja vendia a moda de sucesso da época: blusas femininas de banlon, semelhante hoje ao twin-set, saias plissadas e as indefectíveis camisas volta ao mundo- sintéticas.
Após a inauguração de Brasília, Simon inaugurou outra loja de roupas na quadra 510 da W3 Sul. Época em que casou, tem dois filhos e netos. No entanto, logo após o fim do governo de Juscelino Kubitschek, surgiria um período de trevas.
“Jânio Quadros ameaçava levar a capital de volta para o Rio de Janeiro, não investia em nada, não construía nada e os negócios pararam”.
Em pré-falência, Simon colocou a mercadoria dentro do carro e voltou a trabalhar como mascate, até que ganhou algumas concorrências e a vida aos poucos voltou ao normal.
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