Na companhia de Israel Pinheiro, presidente da Novacap, Niemeyer visitava as instalações governamentais no Rio de Janeiro para contar o número de salas, medir espaços, e depois multiplicava tudo por dois ou três para adequar as necessidades de Brasília. Mesmo assim a multiplicação foi minimalista. Calculado para abrigar 150 servidores, o Palácio do Planalto, por exemplo, tem 600 pessoas. O clima era de total de improviso, já que não havia um programa que conferisse métrica ao volume das obras. Mas o ritmo das construções se manteve frenético o tempo todo.
Niemeyer concebeu tudo o que há Brasília recebendo um salário de funcionário público. E quando faltou dinheiro para construir o Catetinho, residência de madeira que abrigou o presidente Juscelino Kubitschek, o próprio arquiteto, junto com amigos, fez um empréstimo bancário.
A respeito do tombamento de Brasília como Patrimônio Cultural da Humanidade, o arquiteto tem lá suas restrições: “Tudo muda. Quando o gelo do Pólo derreter, o mar vai subir e todas as cidades serão modificadas”. E acrescenta: “Se o Brasil fosse tombado, importantes obras não existiriam”.
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