sábado, 7 de novembro de 2009

Na carta, o pedido de casamento feito por Laudelino





Ele datilografava 330 toques por minuto, sem erros. O Banco do Brasil, naqueles idos dos anos 60, exigia para contratar um funcionário a performance de 180 toques. Se o Livro de Recordes já existisse, com certeza o contabilista da Novacap  Laudelino José Ferreira estaria lá. O desempenho impressionou a auxiliar administrativa Jurêdes Figueira.

Foi com muito orgulho que Laudelino, 72 anos, recordou esta fase de sua vida em Brasília numa tarde chuvosa de sábado, em casa, no Park Way, ao lado da esposa Jurêdes, que também foi funcionária da Novacap. Ele chegou em Brasília em março de 1958, com um tio, vindo de Uberaba (MG). Ela um pouco depois, em 59, com a família, vinha do Rio de Janeiro. No dia oito de abril de 1961 estariam casados. A cerimônia religiosa foi realizada na Igrejinha da 108 Sul.

Quando decidiam casar, o pai de Jurêdes estava no Rio. Laudelino não teve dúvida, enviou um carta ao futuro sogro, João Figueira Neto, pedindo a mão de sua filha em casamento. Em pouco tempo chegava a carta com a resposta do sogro: sim, ele abençoava a união.

Laudelino e Jurêdes tiveram quatro filhas: Maria Cristina, Ana Lúcia, Miriam Noêmia e Rosa Maria. O casal morava com as quatro meninas em um apartamento de um quarto na 408 Sul, depois a família mudou para a 312 Norte, 711 Norte e, por fim, para o Park Way.

Numa agradável conversa na varanda, Laudelino recorda dos tempos em que colhia cajuzinho do cerrado nos campos do final da Asa Sul, mas tem também uma lembrança amarga, a malária que contraiu logo que chegou em Brasília. “Provavelmente peguei malária em uma fazenda, onde fiquei uns dias antes de seguir para Brasília”. Os médicos não souberam diagnosticar a origem do febrão e ele foi para Uberaba, lá teve o diagnóstico.

A oposição ao governo do presidente Juscelino Kubistchek logo transformou a malária de Laudelino em propaganda negativa para a nova capital. “A UDN fez tanto barulho que o presidente JK mandou um avião, com médicos, me buscar em Uberaba, mas não precisou, eu voltei depois, totalmente recuperado”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário