sábado, 3 de outubro de 2009

A mulher das cartas

Marlene era funcionária dos Correios

As primeiras cartas chegavam no vôo das cinco horas. Às seis, as cartas já estavam na esteira da Agência Central dos Correios, em Brasília. E lá estava Marlene Maria Santos para acompanhar a primeira triagem da correspondência. Foi na esteira que Marlene identificou a letra do namorado sumido, enviando uma carta de Belo Horizonte (MG) para o primo em Sobradinho.

Separadas pela origem e destino, depois as cartas eram enviadas para as agências dos Correios na quadras residenciais. Material suspeito não seguia em frente. Marlene separava o envelope, ou pacote, e mandava para averiguação, onde o Raio-X se encarregava de descobrir o conteúdo.

Marlene faz lembrar o livro Cartas na Rua, de Charles Bukowski, que trabalhou como funcionário dos Correios dos Estados Unidos por muitos anos, até se transformar em um escritor de sucesso e escrever sobre sua experiência com as cartas em um de seus romances.

Foi por trabalhar durante 26 anos nos Correios que Marlene aposentou. A confirmação do emprego, há quase três décadas, chegou num telegrama. A irmã caçula, em uma família de seis irmãos, Marilda, é aposentada do Ministério da Agricultura. Ambas moram em um apartamento da 409 Sul, quadra destinada a funcionários do Senado, no início de Brasília. O pai delas, Olívio, era do Senado, no Rio de Janeiro, veio transferido em 1959. A mãe, Nair, e os filhos, chegaram no dia 11 de junho de 1960. Os pais eram de Alagoas.

Na opinião de Marlene, “os anos 60 foram bons demais!”.

2 comentários:

  1. Coisa boa é receber carta, algo pessoal que não é enviado com cópia para mais dezenas de pessoas. Lembro de um período em que contava as horas esperando pelo carteiro, perturbava o porteiro: "Ele já chegou?". Saudades do tempo em que o carteiro entregava cartas de saudade e não apenas contas. Adorei o blog.

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  2. O blog não fará feriado. Aguardem novos posts. Como era bom receber cartas do Carteiro! Que saudades...agora só chegam contas...

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