sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Coronel Affonso II: o projeto da W3 era outro

O coronel Affonso Heliodoro dos Santos era um verdadeiro coringa no governo de Juscelino Kubitschek. Ele acumulava os cargos de subchefe do Gabinete Civil da Presidência da República, chefe do Serviço das Metas Econômicas do Governo e chefe do Serviço de Interesses Estaduais.

Quando JK foi para o exílio em Paris, em 1964, o coronel permaneceu no Rio de Janeiro, ia visitá-lo eventualmente. Mas quando dona Sarah voltou para o Brasil para ficar ao lado da filha, Márcia, que estava doente, o coronel ficou dois meses com JK para não deixá-lo sozinho.

“Sinto muitas saudades daquele tempo, era uma época, mais romântica, mais saudável”, revela o coronel, que hoje preside o Instituto Histórico e Geográfico de Brasília.

Ele está casado há 53 anos com Conceição, a quem chama de Sãozita, tem três filhos, 11 netos e seis bisnetos. Completou com 94 anos em abril, cumpre expediente diário no Instituto e tem uma agenda cheia de compromissos. Esperamos uma semana para entrevistá-lo.

Cercado por livros, fotos, cartas e documentos sobre Brasília, o coronel Affonso recorda que a avenida W3 não era para ser assim, como a conhecemos. “A frente deveria ser na W2, o comércio deveria estar voltado para lá. A W3 seria os fundos, por onde circulariam os carros. Mas o Israel Pinheiro abriu um escritório lá, o acesso pela W2 ainda não estava pronto, ele abriu uma porta para a W3 e a partir daí o projeto foi alterado”, revela a testemunha da história de Brasília. Isto foi na altura da quadra 508 Sul.

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